João Branco
Nasceu em Paris em 1968. Viveu em Cabo Verde, na cidade do Mindelo, entre 1992 e 2022. Atualmente reside da cidade do Porto, em Portugal.
Doutor em Artes, Comunicação e Cultura, pela Universidade do Algarve, com a classificação de Muito Bom, Distinção e Louvor.
Mestre em Artes Cénicas, especialidade Encenação, com a classificação de Muito Bom
Licenciado em Gestão do Património e Organizações Culturais, com a classificação de Muito Bom.
Inicia as suas atividades cénicas em 1984 com o encenador João Paulo Seara Cardoso. Em 1987 dá as suas primeiras aulas de Iniciação Teatral no Liceu Camões, a convite da Associação de Estudantes. Em 1990 encena o seu primeiro espetáculo Quem me Dera Ser Onda do escritor angolano Mário Rui, na Escola Sec. D. Maria II, em Lisboa.
Lança em 1993 no Mindelo, o I Curso de Iniciação Teatral a convite do Centro Cultural Português (CCP), que já conta com dezassete edições. Por eles passaram centenas de pessoas. Funda em 1993, o Grupo de Teatro do CCP do Mindelo (GTCCPM), onde é encenador e director artístico. Neste grupo de teatro já encenou e produziu 57 produções teatrais, tendo sido o primeiro a encenar autores cabo-verdianos, como Arménio Vieira, Germano Almeida, Caplan Neves e Mário Lúcio Sousa, ou da dramaturgia universal como Camus, Oscar Wilde, Garcia Lorca, William Shakespeare, Victor Hugo, Moliére, Beckett, Muller, Alfonso Castelao, entre outros.
Comemorou, em 2014, a sua 50ª encenação, com “Tempêstad”, adaptação crioula da peça original de Shakespeare.
É convidado, em 1994, a assumir o cargo de Responsável por todas as Atividades Artísticas do Instituto Camões – Centro Cultural Português / Pólo do Mindelo. Em 2014, assume a direção do mesmo centro cultural, até ao primeiro trimestre de 2023.
Funda em 1995 o Festival Internacional de Teatro do Mindelo – Mindelact, do qual é diretor artístico até hoje. Um festival considerado hoje o mais importante evento de teatro africano. Foi, entre 1996 e 2013, Presidente da Direção da Associação Mindelact, cargo que retomou em 2017, depois de um hiato de três anos para se dedicar integralmente ao seu doutoramento.
Autor da componente cabo-verdiana, do livro “O teatro dos Sete Povos Lusófonos”, editado pelo Centro Cultural de S. Paulo (Brasil). Coordena, em 2003, a edição do livro “10 Anos de Teatro”, referente ao historial do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo. Em 2014, edita e lança a obra “Palco 50”, dedicada às 50 produções do GTCCPM. É autor da mais importante obra editada sobre o teatro cabo-verdiano, “Nação Teatro – História do Teatro em Cabo Verde”, editado em 2004, pela Biblioteca Nacional de Cabo Verde. Uma obra que foi premiada pela Associação Cabo-verdiana de Escritores e considerada um marco na literatura de investigação em Cabo Verde. Editou, pela Rosa de Porcelana, o livro “Crónicas Desaforadas”, em 2015, e ”Dos – Conversas sobre Cultura e Arte”, em 2018.
Escreveu crónicas para os jornais “A Nação”, “Horizonte”, “O Cidadão”, e tem textos seus publicados no jornal “A Semana” e “Expresso”, de Portugal. Publica o texto sobre teatro em Cabo Verde no número especial da revista “Kultura”, comemorativa dos 25 anos da Independência de Cabo Verde.
Pertence, desde Dezembro de 2014, à Academia Cabo-verdiana de Letras.
Esteve na génese de um dos projetos mais inovadores de educação artística informal de Cabo Verde: a ALAIM Academia Livre de Artes Integradas do Mindelo que abriu as suas portas em Janeiro de 2015. A sua intervenção militante foi decisiva para que uma infraestrutura desta envergadura nascesse num tão curto espaço de tempo. Hoje, a ALAIM alberga mais de uma centena de alunos de teatro, dança, percussão, canto, entre outras áreas artísticas, criando uma nova centralidade cultural na cidade do Mindelo.
Recebe, o Prémio de Mérito Teatral, em 2010 e o Prémio de Teatro de Mérito Lusófono, atribuído pela Fundação Luso Brasileira para o Desenvolvimento da Língua Portuguesa, no Recife, em 1996. Recebe em 1999, o Prémio Micadinaia de Cultura, atribuído pela Academia de Estudos Comparados de S. Vicente.
É condecorado em 2010, pela Presidência da República de Cabo Verde, com a Primeira Classe da Medalha do Vulcão, pelo contributo que vem dando à Cultura Cabo-verdiana, em geral, e à Arte Cénica, em particular, da qual é por muitos considerado o maior expoente das ilhas de Cabo Verde.
Em 2017 foi homenageado, no Rio de Janeiro, pelo FESTLIP – Festival Internacional das Artes de Língua Portuguesa distinção que “reconheceu o seu percurso profissional e o facto de ser um dos grandes embaixadores da lusofonia no mundo, capaz de unir todos os países de língua portuguesa, que transformou Mindelo num epicentro cultural da Cultura Lusófona.”
Em 2019 é condecorado pelo Presidente da República de Portugal Marcelo Rebelo de Sousa, com a Comenda de Mérito, sendo na sequência Comendador de Mérito de Portugal.
João Branco estará à conversa com Carlos d’Almeida Ribeiro. Assista a esta partilha de experiências entre artistas ao vivo no Instagram do TIO, no dia 20 de Junho às 21h.